Não é que ela fosse uma Rainha má. Não era. O
problema dela era outro – o medo de envelhecer.
No dia em que, diante do espelho, ela encontrou um
fio de cabelo branco, ficou desesperada. Arrancou fora o intruso e ordenou aos
cavaleiros do palácio que vasculhassem todo o reino e destruíssem cada relógio
que encontrassem.
A Rainha acreditava que, acabando com os relógios,
o tempo pararia de passar.
Assim foi feito: não restou pedra, ou melhor, relógio sobre pedra...
E Sua Majestade pôde então dormir sossegada.
E Sua Majestade pôde então dormir sossegada.
Semanas depois, no entanto, a Rainha tornou a achar
outro fio de cabelo branco. Chamou novamente os cavaleiros do palácio e
esbravejou com eles. “Deve ter sobrado algum desgraçado por aí!”, disse ela.
“Saiam e só voltem aqui quando encontrarem esse maldito relógio!”
E lá se foram novamente os pobres cavaleiros.
Procuraram dias e dias, até que descobriram um
reloginho escondido no baú de uma velha camponesa que morava sozinha a muitas
léguas da cidade.
“Por favor, não levem o bichinho embora, não!”,
choramingou ela. “Foi presente do meu Joaquim, que Deus o tenha...”
Não houve jeito. O relógio foi levado ao palácio e aniquilado sem a menor compaixão.
E a Rainha, mais uma vez, pôde dormir sossegada...
Nenhum comentário:
Postar um comentário