Curioso: faz meses que a gente se encontra – sempre nas terças, às dez para
a meia-noite – mas, para mim, é como se fosse ainda a primeira vez. Seria isso o quê?
Apenas um desejo proibido... e incontrolável?
Então, de repente, ele irrompe no quarto. Ambos sorrimos, e ele vem
sentar-se ao meu lado na cama. Me beija na boca, um beijo faminto e nada
comportado.
“Tudo bem com você?”, pergunta ele em seguida.
“Comigo tudo ótimo, e você? ”
Ele me beija de novo, enquanto me joga na cama com a fúria de um touro.
Eu já sinto o seu membro rijo me espetando as coxas nuas – pois é assim mesmo que
o espero: nua em pêlo, somente os cabelos caindo sobre os meus seios, nada mais.
Finalmente livre de suas roupas – exceto a gravata – ele entra em mim.
No princípio devagar, depois de uma forma tão intensa que não poucas vezes
minha cama veio a abaixo.
Gozamos juntos, eu e ele. Ele afaga meu rosto, me cobre de beijinhos
carinhosos, sorri e vai embora.
“Até terça”, diz ele fechando a porta do quarto.
Eu respondo:
“Até, meu caro...”
É, mas eu preciso tomar precaução com isso... Semana passada, ao me despedir, eu quase
digo:
“Até... Até terça, meu amor!..."
“Até... Até terça, meu amor!..."